Doenças Mentais:
Factos, Mitos e Estigma
4 de julho de
2014
O que é uma
“doença mental”?
“Doença mental” engloba um amplo espectro de problemas patológicos que
afectam a mente, usualmente provocando grande desconforto interior e alterando
comportamentos. Provoca uma enorme variedade de sintomas entre as quais queixas
a nível do humor, ansiedade, memória, percepção e pensamento. Diferentes sinais
e sintomas reúnem-se e evoluem no tempo, caracterizando as diferentes doenças
mentais, que têm em comum tornarem a pessoa disfuncional, a nível pessoal,
familiar, social e laboral, alterando, tanto pela intensidade como pela
persistência, o dia-a-dia da pessoa que sofre.
O que causa uma “doença mental”?
A doença mental, tal como a maioria das doenças, é multifactorial, ou
seja, resulta da combinação de diferentes factores. Assim é na conjugação da
nossa base genética com o meio que nos envolve e seus momentos ou períodos
importantes (facilitadores/desencadenadores) que a doença pode surgir,
repentinamente ou de forma mais insidiosa. Uma das clássicas formas de olhar
para as causas da doença mental, subdivide-as em doenças de causa endógena
(resultado de factores hereditários e constitucionais), em doenças de causa
exógena, sendo que estas, ao contrário das primeiras, são mais reactivas ao
acontecimentos do dia-a-dia e menos dependentes da nossa genética, biologia e
fisiologia. Seja qual for a causa existe sofrimento psicológico usualmente com
repercussões a nível físico.
Mitos associados às doenças mentais
1. As pessoas que sofrem de doenças mentais
nunca irão recuperar
As doenças mentais tratam-se e a maior parte dos doentes recuperaram a
saúde. As doenças mentais devem ser encaradas do mesmo modo como se olha para
as doenças físicas.
2. Pessoas com doenças mentais são perigosas e devem ser excluídas da
família, da comunidade e da sociedade?
Não. Os doentes mentais não representam perigo acrescido para a família,
comunidade ou sociedade. Por esse motivo, devem ser tratadas adequadamente e
inseridas na comunidade, sem medo ou exclusão. Assim, dentro das suas
limitações, poderão levar uma vida normal, feliz e produtiva.
3. A doença mental deve-se à pobreza e/ou pouco inteligência
Em geral a doença mental, tal como outras doenças físicas, pode afetar
qualquer pessoa, independentemente da sua idade, emprego ou habilitações
escolares; claro que há doenças que afetam a inteligência e que se procuram
tratar.
4. A doença mental é causada por fraqueza individual
Estas pessoas não escolhem ficar doentes, trata-se de uma doença e não
de uma fraqueza de carácter.
5. A doença mental é uma doença rara
Doenças mentais (ansiedade, depressão, esquizofrenia, etc.) podem
afectar qualquer pessoa em qualquer época da sua vida. Podem causar mais
sofrimento e incapacidade que qualquer outro tipo de problema de saúde. A
Organização Mundial de Saúde, em 2001, refer que 1 em cada 4 pessoas poderá
ser afectada, ao longo da sua vida, por uma doença mental.
Estigma das doenças mentais
As pessoas com doença mental descompensada agem de forma diferente
devido à sua doença. São marcados como diferente e difficilmente aceites pelos
demais. Pessoas nestas condições atraem medo, hostilidade e desaprovação em vez
de compaixão, apoio e compreensão. Com o tempo, começam a sentir-se como
estranhos e excluídos da sociedade. O estigma relacionado com a doença mental
provém do medo do desconhecido e de um conjunto de falsas crenças originadas
pela falta de conhecimento e compreensão dos diferentes tipos de patologias.
Assim, o estigma são como que rótulos negativos usados para identificar
pessoas que sofrem de doenças mentais, criando barreiras que impedem os
indivíduos e suas famílias de procurar ajuda, pelo medo de serem excluídos. A exclusão
e discriminação é pois o resultado dos estigmas e preconceitos contra o doente
e a doença mental e são um grande obstáculo à recuperação do doente mental e
sua participação na sociedade, pois restringen as oportunidades a que as
pessoas com doenças mentais têm direito. Lembre-se:
- Não há nada de que se envergonhar.
- O estigma abarca tudo e todos os que se relacionam com a pessoa que
sofre de uma doença mental.
- A sociedade em geral está menos preparada para aceitar e ajudar as
pessoas com doença mental do que as pessoas com doença física.
Cuidar sim, discriminar não. Cada ser humano nasce e desenvolve-se de
maneira única. Nenhuma pessoa é igual à outra, reconhecer isso é fundamental
para compreender e respeitar os diferentes.
Neste artigo vamos esclarecer os seguintes pontos [Esconder]
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Testemunhos
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Há qualquer coisa que não está bem com alguém que conheço
Está preocupado) com a alteração de comportamento de alguém que
conhece?
Se alguém que conhece começou a ficar confuso, evita as pessoas, tem idéias
que não estão de acordo com as de todas as outras pessoas, comporta-se de forma
diferente do que seria de esperar, então é importante falar com um médico para
se ter orientação e ajuda…
A razão para estas mudanças pode estar no desenvolvimento de uma doença,
pelo que quanto mais cedo for consultado um (a) médico (a) melhor.
Lista de pistas importantes a considerar:
"Deixou de falar com parentes ou amigos
» Perdeu a vontade e motivação para as atividades habituais
» Começou a ficar com medo(s) ou com desconfianças sem motivo
» Deixou de se alimentar, come às escondidas
» Dorme mal ou não consegue dormir toda a noite
» Começou a ter idéias estranhas
» Ouve vozes que mais ninguém consegue ouvir
» Tem graves dificuldades de concentração
» Diz ou escreve coisas que não fazem sentido
» Abusa de álcool ou drogas
Como conseguir ajuda?
» Incentivar a pessoa a procurar um médico
» Oferecer suporte, acompanhando a pessoa ao médico
» Sugerir que se escreva algumas notas em conjunto, para ajudar a
explicar o que se passa na consulta
» Se a pessoa recusa tratamento, procure o médico para poder ter
conselho e orientação.
E quanto às drogas?
Por vezes os familiares ou amigos ficam preocupados sem saber se a
alteração de comportamentos está relacionada com o consumo de drogas, o que se
verifica em alguns casos. Algumas pessoas que começam a desenvolver problemas
psiquiátricos consomem álcool ou drogas para se sentirem melhor ou como um
sinal de que precisam de ajuda. Embora estes consumos possam fazer com que essa
pessoa se sintam momentaneamente bem, o que realmente acontece é um agravamento
dos sintomas e uma maior dificuldade na recuperação.
Dificultando ainda mais estas questões, há que dizer que as drogas podem
produzir sintomas semelhantes às queixas das doenças psicóticas como a
esquizofrenia. Por exemplo, o álcool ou o haxixe podem produzir uma perda da
noção da realidade e a sensação de que se é vigiado, perseguido ou atacado. Se
os sintomas são devidos ao consumo de drogas (psicose secundária ao consumo)
deverão desaparecer completamente após o fim do consumo, quando a droga for
eliminada do corpo.
Já o uso prolongado de certas drogas pode produzir efeitos de longa
duração. Se o consumo de drogas começar a interferir no dia-a-dia, causando
problemas em casa, na escola ou no trabalho, a ajuda médica deve ser procurada
quanto antes. O Médico de Família pode fazer uma avaliação clínica para saber
se existe algum problema psiquiátrico que origina esses consumos e que deve ser
tratado, ou se as pessoas devem ser desde logo encaminhadas para centros de
tratamento de álcool ou drogas. Algumas vezes pode existir mais de uma doença
psiquiátrica.
Pode ser muito difícil para os familiares perceberem a influência do
álcool ou drogas no comportamento do indivíduo. Estes assuntos são complicados
e não há nada como procurar ajuda de especialistas.
Incentive a consulta a um (a) médico (a)
Algumas vezes isto pode ser muito difícil, pois a/o doente sente que
criticam o seu comportamento, sente que os outros estão contra si e pode estar
com medo ou revoltada (o). Algumas das vezes também se podem encontrar
confusos, tendo problemas para ordenar os pensamentos de maneira a explicar o
que se pode estar a passar consigo… ou pode-se estar a sentir com muito medo ou
ansiosos… ou podem não ter a consciência que está doente.
» Fale destes problemas quando sentir que a pessoa está calma, momento
em que é mais provável que haja cooperação da parte desta. Ex: gostava de poder
falar contigo acerca de um assunto importante – é boa altura agora ou é melhor
falar mais tarde?
» Peça a outra pessoa que fale com o familiar ou amigo se sente que este
não confia ou antipatiza consigo. Deve-se focar no que a outra pessoa deve
estar a sentir, mantendo-se imparcial. Inicialmente é melhor centra-se nos
problemas que a outra pessoa se sente à vontade para falar. Ex: eu sei que nos
últimos dias tens tido problemas para dormir e estar concentrado. Gostarias de
falar com o médico?
» Leve as pessoas a pensar que o médico é alguém que ajuda a resolver
situações difíceis e que não vai julgar os comportamentos.
» Sugira que a ida ao médico é apoiada por si e por outras pessoas.
» Discuta a situação com o médico, especialmente se há resistência por
parte do outro. Lembre-se de registrar de forma simples e claras as suas
preocupações.
Se há muita resistência a ir visitar o médico, consulte-o primeiro para
discutir e planear soluções. Poderá ser possível e útil o médico ir a casa
avaliar a pessoa. Se não for possível, o médico poderá sempre dar
esclarecimentos e ajudar os amigos e familiares que estão preocupados. Em
Portugal existe uma lei que obriga a pessoa a ser tratada mesmo contra a sua
vontade, sempre que, após a avaliação médica, se concluir que a pessoa tem uma
doença mental grave, que a pessoa não se apercebe da gravidade da doença, que a
pessoa não se quer tratar e que o estado clínico em se encontra pode ser
perigosa para si ou para outros.
Para isso, é necessário que alguém (familiar, amigo, vizinho) procure
ajuda no delegado de saúde da área de residência. Lembre-se sempre que o
primeiro passo é o mais difícil.
Como saber mais?
Para mais informações consulte o seu médico, que se achar necessário
orientará para uma consulta de especialidade. Em caso de urgência, dirija-se ao
serviço de urgência da sua área de residência. Não se acomode. Quando algo está
mal, procure ajuda!
Testemunhos
M.M. 22 anos
Assisti a uma conferência há 2/3 anos dada pela Dra Filipa Palha, cujo objetivo
era apresentar a Encontrar-se. Confesso que gostei da sua exposição, daí ter
procurado mais informações acerca da associação. Infelizmente já tive 2
problemas psiquiátricos graves, em que perco a minha identidade, tornando-me
completamente dependente de alguém que cuide de mim. Aconteceu isto quando tive
uma Depressão e uma Rotura Psicótica devido a Stress Interpessoal. Foram tempos
horríveis, em que só me lembro de alguns episódios soltos, e em que, devido à
medicação ou pelo próprio estado em que me encontrava, muita coisa esqueci.
E ainda bem. Sei que, felizmente, estou bem melhor, apesar de ainda
medicada para evitar possíveis recaídas e por ser, por natureza, uma pessoa
ansiosa. Nunca estive internada (porque a minha mãe não deixou e preferiu ficar
ela comigo, abdicando do seu emprego durante algum tempo), mas sei o que custa
sofrer ou ter sofrido de uma doença psiquiátrica grave e, por isso, fico feliz
que esta associação exista. Tive sorte no meio do azar, apesar de ter sido mal
diagnosticada primeiramente, mudei de psiquiatra e melhorei a olhos vistos.
Aconselho quem sofrer de alguma doença deste foro a procurar bons
profissionais, já que, infelizmente, nem todos o são. Hoje em dia consigo ser a
pessoa que sempre fui, mais madura talvez, acho que se aprende sempre que estas
doenças batem à porta.. Consigo acordar todos os dias com um sorriso e
agradecer por estar como estou. Tenho amigos, família e, acima de tudo, saúde!
É o bem mais precioso que podemos ter.. o resto, o amor, a felicidade, o
sentimento de plenitude e de realização pessoal e profissional.. vem por
acréscimo! Obrigada a todas as pessoas que me ajudaram a ultrapassar os
problemas mais graves da minha vida.. sobretudo à minha mãe e ao meu médico.
Sofia – 32 Anos
A Sofia tem 32 anos, tem formação superior e fala-nos da sua experiência
com a “depressão, com traços bipolares” que diz, “ainda ter…”
Deixamos aqui a transcrição do seu email onde nos conta um pouco da sua
experiência com a doença mental.
“Obrigada por existirem. Faz falta um trabalho sério. Confesso que foi
das coisas que mais senti falta e que me fez sentir mais desamparada.
Principalmente quando fui confrontada com a bipolaridade.
Procurei associações, linhas de apoio. Além de ter sido atendida em
associações por pessoas sem qualquer formação, a frustração foi maior quando
numa noite de desespero tentei apoio numa linha que supostamente evita
suicídios. Ninguém atendeu! Como tudo começou é algo que procuro descobrir há
já alguns anos. Identifico como ponto de viragem da minha vida a saída da minha
terra natal e, por conseguinte, de casa de meus pais, para estudar em Lisboa.
Mas acho que tudo já estava dentro de mim. E a minha natureza acabaria por se
revelar.
Em quase 15 anos, têm sido várias as depressões
Vário os medicamentos. Muitos deles completamente ao lado e que só
pioraram o meu estado
Inúmeras crises
Muitos cortes, muitas marcas no corpo
Muito álcool. Alguns excessos
Muitos gastos incontrolados
Vários diagnósticos
Muitas fugas para a frente
Duas tentativas de suicídio. Com a última cheguei mesmo a morrer, para
ser depois trazida de volta
Muita luta
Muita solidão e incompreensão. Por parte das mais variadas pessoas:
colegas, familiares, marido, amigos, médicos… da sociedade!
Uma perna partida é fácil entender, mas afinal quem tenta entender o que
não vê? Para compreender o que nunca experiencial? Para compreender o outro?
E “afinal que razões pode ter uma mulher, bonita, inteligente,
simpática, educada, saudável, com família, amigos, para deprimir? Deve ser
falta do que fazer! Eu cá não tenho tempo para isso!!!” Quantas vezes ouvimos
isto…
Confesso que já estou habituada aos altos e baixos.
O pior foi a minha última grande depressão ter-me custado a vida que
tinha e que tanto lutei para alcançar. Por causa da minha doença mental, de mal
diagnóstico e pior acompanhamento perdi o tudo o que tinha alcançado e deixei a
vida que sempre sonhei para mim, o meu emprego de sonho, a minha carreira,
“amigos”. Por pouco perdia também o casamento. É como se um dia tivesse
adormecido feliz, meio doente talvez, mas com a minha tão sonhada toda no
sítio; mais tarde acordo, doente, com a vida num frangalho, irreconhecível.
Atualmente estou bem acompanhada, bem medicada. Durmo! Que sensação
Tenho evoluído! Sinto-me mais segura, mais tranqüila, mais consciente de
mim, da minha doença, dos riscos, de como ir controlando cortes e desesperos
agudos. Hoje abraço e tenho orgulho na minha diferença, que tantas vezes me
valeu o rótulo de “fora da norma”
Só ainda não consegui reconstruir a minha vida profissional e
financeira…
Sempre tive muita esperança, muita certeza e acreditar no amanhã!
Talvez pareça incoerente, mas no meio do sofrimento, da solidão, da
incompreensão, sempre soube que há uma luz ao fundo do túnel. Sei que estou
neste mundo para ser feliz. E vou sê-lo. Só há momentos muito difíceis. Que
quando se soma e se faz um balanço, parecem ser o real somatório de tudo.
Os cortes, as tentativas de suicídio… no fundo mais não são que
tentativas de pôr fim à dor imensa que por vezes toma conta de mim e por
momentos atinge proporções insustentáveis. Mas quando o Sol brilha, como este
amanhecer de hoje promete, vejo que há realmente coisas muito boas. Por muito
que tenha perdido o rumo e ande hoje tão perdida, vale a pena lutar e estar cá!
Sonho-me tranqüila, segura, feliz!
Sonho-me de volta ao meu sucesso, de volta à minha vida preenchida e
interessante!
Sonho com uma vitória desta luta conta o estigma e o preconceito
associados às doenças mentais!”
P.S. Só uma última nota relativamente à falta de apoio que temos neste
país: na minha última tentativa de suicídio, o psiquiatra do hospital deu-me
alta logo no dia seguinte. Falou comigo 5 minutos e mandou-me pra casa, sem
medicação, sem apoio, apenas confiando que eu não iria tentar novamente. Aliás,
numa altura tão complicada como uma tentativa de suicídio, senti-me muito
maltratada no hospital, pois qualquer enfermeiro e/ou auxiliar que passasse
perto da minha cama, comentava a minha tentativa de uma forma pejorativa.
Chegaram a vir-me perguntar, ainda toda entubada e ligada, o que tinha na
cabeça!
M.H 50 anos
Chamo-me M.H., tenho 50 anos e sofro de PERSONALIDADE BORDERLINE GRAVE
NIVEL 3, estando a ser seguida no Hospital Magalhães Lemos desde 2003. Ontem
por casualidade fui a um café em Leça e destaquei uma folha duma revista em que
fala da UPA.
Fiquei deveras feliz. Feliz porque não estou só nesta longa caminhada
que são estas doenças do foro psiquiátrico e mais, pela discriminação que
sofremos cada um de nós que padece desta s doenças sem telas pedido.
Falo pela experiência.
Andei desde 2000 no Hospital de S. João em Psiquiatria por sofrer de
anorexia nervosa. Tinha lá uma excelente Médica, mas mudaram-me para um Médico
que era o extremo oposto; não digo aqui os nomes pois respeito os nomes e a
individualidade das pessoas que lá me trataram, mas falo de pessoas que com
quem convivi aqui perto de casa, pois moro na Senhora da Hora, E chamaram-me de
drogada pelo aspecto magro que tinha; anormal, maluca; agora deu-lhe para isto;
enfim não acabaria aqui de enumerar as palavras ditas por pessoas sem
escrúpulos e eu comecei cada vez mais a isolar-me a excluí-las e não falar.
Curei-me da anorexia e em 2003 passei para o Magalhães Lemos aonde
encontrei pessoas que me dignificaram, que não me apontam os dedos, mas sim que
me tratam com zelo e carinho, pois afinal somos todos iguais. Tenho o meu corpo
todo auto-mutilado por razões que eu ainda não sei tenho alturas em entrar em pânico
ansioso e vem a cabeça idéias de cortar-me e tenho de passar ao fato, mesmo com
a medicação, mesmo pedindo ajuda ao médico; ai corto-me e sinto um alívio como
se tivesse tomado uma caixa de valium’s. è u m paradoxo mas é a realidade.
Agora quando ando na rua tenho que ter os braços tapados, pois senão
todos me olham e perguntam o que tem nos braços; há alturas em que digo foi um
acidente, mas há sempre aquele olhar que nos mata. É uma realidade que somos
postos de lado. A nossa sociedade ainda não se consciencializou para estas
doenças. Pensa que quem anda num hospital psiquiátrico ou num psiquiatra é
maluca ou doido.
Fico feliz por existirem.
Perdi pessoas que amava e amei durante anos… mas ganhei o carinho e o
exemplo das suas vidas.
Perdi momentos únicos da minha vida porque em vez de sorrir chorava.
Mas a vida é um baile e tenho
de seguir em frente mesmo com as quedas e falhas aprenderei com os erros como
lições de vida
Obrigado a todos vocês.
Estão
alguns depoimentos que retirei de um site sobre doenças mentais que nos mostrar
que lutar contra o preconceito lutar é
preciso e vencer é possível sim , para que nós ,que sofremos de algum
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